A desinfecção química da superfície da casca dos ovos previamente limpos é uma excelente forma de controle de contaminação por fungos, bactérias e outros microrganismos.
Considerando que cada substância química apresenta propriedades únicas que lhe são peculiares, a utilização das mesmas, entretanto, não deve ser feita sem o conhecimento prévio de seus efeitos. É importante salientar, que para o desinfetante atingir maior eficácia devem-se considerar diversos fatores. Dentre eles, pH, temperatura e umidade.
Por tratar de desinfecção de produtos que possuem contato direto com o meio ambiente e o ser humano, o composto desinfetante deve agir em um amplo espectro com a menor taxa de toxicidade possível na desinfecção dos ovos.
Apesar de algumas granjas e incubatórios comerciais ainda utilizarem o formol e paraformol como agentes de desinfecção, devido à grande eficácia dos mesmos no controle de microrganismos, estas substâncias são consideradas cancerígenas pela OMS.
O formol é uma substância composta pelo formaldeído diluído em água. Apesar de altamente cancerígeno, o composto orgânico é comumente utilizado na desinfecção de produtos, conservante, na fabricação de resinas sintéticas, tintas, polímeros, vidros, entre outros materiais.
A solução de formaldeído e água tem a propriedade de desnaturar proteínas, por isso elas ficam mais resistentes à decomposição por bactérias. Esta propriedade justifica seu uso como fluido de embalsamamento e na conservação de espécies biológicas.
Um dos principais riscos do manejo do formol pelos seres humanos é o câncer de faringe. Como a solução é volátil, os gases podem ser inalados e causar danos nas fossas nasais.
A qualidade dos ovos está diretamente relacionada com vários fatores, como qualidade da água durante o processamento, higienização das instalações e equipamentos, controle integrado de pragas, boas práticas de fabricação entre outros. A etapa da desinfecção dos ovos diminui doenças, animais refugos, despesas com medicamentos e com mão de obra, aumentando, assim, a produtividade.
Alertando sobre o risco do contínuo manejo do formol, desde 2009, a ANVISA proibiu a sua venda (solução de 37%) para a população em estabelecimentos comerciais.
No caso do uso na agropecuária, além do risco no manuseio, o formol, quando usado durante a fase de limpeza dos ovos, pode ficar depositado nos poros dos mesmos. Essa substância residual na superfície por um lado protege o ovo de microrganismos. Por outro, permanece ao longo de toda cadeia produtiva.
Além do formol, existem outros agentes químicos que podem ser considerados desinfetantes no processo de desinfecção dos ovos, como a amônia quaternária, que são eficazes contra bactérias, porém não tão recomendadas para esporos e vírus. Fenóis são bons germicidas de amplo espectro, pouco tóxicos e sua atuação não é prejudicada pela presença de matéria orgânica. Iodatos têm excelente ação germicida e também desnatura as proteínas dos microrganismos, protegendo assim os ovos de contaminação.
Ficou com alguma dúvida sobre o assunto? Comente abaixo e conheça ainda mais sobre a produção segura e saudável de ovos de qualidade!